sexta-feira, 27 de maio de 2011

Falação sem fim

O ocorrido foi 2ª feira desta semana:

Estava em casa com a máquina de lavar trabalhando e a tábua de passar montada no meio da sala quando o telefone tocou - por volta de 12h10 - e vi o número do telefone do Filho (horário de aula dele e o coração fica apreensivo). Falei "alô!" e não obtive resposta, pois havia muita conversa.

Suposições de mãe: tumulto na aula e o Filho liga o celular para que possamos saber o que está acontecendo (?); o Filho está no SOE ou diante do diretor disciplinar (?); alguém está com o telefone do filho e começa a brincar ligando para os números disponíveis (?)...

NDRA (nenhuma das respostas anteriores). Gritei mais alto e nada de obter resposta. Uma voz sobressaia, fracamente, entre as demais - explicando as demais: várias vozes que ouvi ao longo da vida escolar do filho e que já estão amadurecendo - e, a voz que sobressaia, dava algumas poucas explicações ignoradas pela maioria.

Entendi, precariamente, que o Filho estava em início de aula (muito atraso para ser início) e que as observações diziam respeito ao que aconteceria no tempo restante. Pelo que era possível ouvir (e pela diminuição das conversas) estava acontecendo uma aula.

Aula! Aula?

O Filho continuava conversando! Isso mesmo! Falava com um colega mais próximo e ainda, nos intervalos da fala da professora, chamava outro que estava (pelo jeito) um pouco mais distante. Ouvi uma voz feminina que pedia um celular. Gritei mais uma vez. Desliguei o telefone de casa. Liguei outra vez e lá estava o (bendito!) celular ocupando a linha - e a mãe em casa ouvindo o Filho falando durante o tempo todo.

Envie duas mensagens para o celular. Na 3ª mensagem conclui que o Filho percebeu o estrago. Isso mais de 20 minutos depois do início desta história. Desligou lá. Linha desocupada aqui. Poucos instantes depois o telefone toca outra vez e escuto a voz do Filho impaciente.

Oras bolas (expressão antiga e maravilhosa)! Como é que pode o Filho acreditar que pode ficar indignado porque ficou sem 'bonus' para ligar para telefone fixo? Oras bolas! A mãe diz logo: "Engole todas as reclamações! Tenho a prova que você conversa a aula inteira! 20 minutos falando sem parar junto com a professora? Pensa o quê?" Escuto lá: "Não é bem assim... Desculpa mãe?!"

Fala sério! Já fui dizendo que não vai adiantar nada se a escola fizer alguma reclamação (como já aconteceu no passado) quanto às conversas fora de hora (escola é cheia de concluir que os pais têm que dar conta sobre assuntos que acontecem por lá). Expliquei em poucas palavras que enquanto uma pessoa fala a(s) outra(s) devem ficar em silêncio e que isso é respeito (esta é a parte que cabe aos pais, sim!). Mesmo entendendo que, entre muitas falações, ele falava com a professora respondendo suas perguntas (menino prodígio?) o comportamento estava inadequado (convicção de bons modos, mas bem que a aula poderia estar mais interessante) e que o melhor a fazer é manter-se educado e blá, blá...

Conclusão mais óbvia da vida e do mundo inteiro: o Filho fala o tempo todo!


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