domingo, 20 de março de 2011

Trocar a peça

Em alguns momentos de diversão em família, quando o Filho faz alguma reclamação (daquelas sem muita importância), o Filho da Sogra costuma dizer para ele que é melhor mudar a tática. Diz que ele deve ir à "fábrica de pais" e pedir para trocar os pais que ele tem.

Claro que este é um dos comentários que o Filho, em toda a sua falta de paciência com brincadeiras bobas, considera que é falta de respeito.

Um dia destes, o Filho fez algo (nem lembro o que foi) onde a resposta do Filho da Sogra poderia ser para pedir a troca do Filho. Não o fez e fiquei com a observação guardada embaixo da manga (como se eu soubesse jogar cartas). 

Passados uns dias e a adolescência cada vez mais 'aflorada' por aqui... Fiquei impaciente e respondi: "Olha aqui (como se isso mudasse tudo)! Espero que isso não aconteça outra vez ou vou ligar lá na Fábrica de Filhos e vou reclamar!"

Fiquei em apuros. Não queria insinuar uma troca de filho. Nem brincando, pois deixo este tipo de brincadeira entre Filho e Pai. Sem pensar muito completei: "Vou pedir para trocar a peça que está com defeito, pois sei que este é meu filho, sim, mas está com defeito e exijo uma troca imediata do que provoca tanta confusão!"

Virou piada!

É a nova piada, assim como aquela em que digo (muito séria) que "nem adianta reclamar de nada, pois isso aqui não é uma democracia e sim uma família".



quarta-feira, 16 de março de 2011

Não é sim?

Quando ouvia, por aí, que a adolescência é uma fase terrível eu respondia que não e que não é nada disso (...). Ouvia que minha opinião não contava porque meu filho ainda não estava nesta fase.

Agora, meu filho está (sim!) nesta fase. Ele é um adolescente com vontade (ou melhor: com todas as vontades!) de mostrar o que é. Então, posso falar que não é o que dizem por aí (?). Posso. Sei que minha opinião ainda tem chão pela frente e que poderá, sim, mudar radicalmente.

Vou à opinião: adolescente (até agora) é igual à criança de dois ou três anos! Explicando: fase do não é a principal semelhança. Se o pai ou a mãe  (serve para professores, também; mas tios não, pois estes agradam e não precisam dizer não) deseja que a criatura faça algo é só dizer. Um botão automático responde: não! Ou: agora não! Mas, se o adulto em questão deseja (mesmo!) que ele faça algo, deve dizer: "Não faça" ou "Não pode". Com certeza (absoluta!) a criatura se mobiliza instantaneamente para fazer o exato contrário.

Isso é ou não uma mera semelhança?

Outra: quando temos os filhos pequenos e desejamos que guardem seus brinquedos convidamos para "brincar de guardar" e eles topam; os adolescentes guardam as meias, camisetas ou materiais escolares se propomos fazer como numa competição (brincadeira da idade): "Vamos juntos ver quem dobra mais rápido?" Se precisa que deixe de comer chocolate porque as espinhas estão tornando sua criatura um ser de outro planeta, é simples: diga para comer muito chocolate, que mesmo depois que o rosto dele estiver horrível e que os amigos estiverem fugindo você estará ali ao lado - parece piada, mas é sério! Não deixando de falar a verdade, mas se a palavra "não" aparece... pode esquecer.

Funciona! Funciona deste jeito! Mudam os interesses e os brinquedos, além das pernas, braços e pêlos. Mas, as criaturas são as mesmas: nossos filhos que dependem de nós para tudo , inclusive para lembrá-los de todos os compromissos que eles têm (a parte que menos gosto). 

Se você olhar as fotos da primeira infância de seu rebento, não fique em dúvida: qualquer semelhança não é mera coincidência".



domingo, 13 de março de 2011

sábado, 12 de março de 2011

Idade e velhice


Lembro, quando criança, o hábito de calcular qual seria a idade das pessoas no ano 2000. Quanto diversão pensar que uma pessoa de quase 30 anos era velha. 

Quando adolescente olhava as pessoas mais experientes e imaginava o quanto de vida estava acumulada e comecei a perder a noção da idade das pessoas. Mas, a vida passou a ser representada pela disposição que conseguia perceber em cada um. Assim, não conseguia ver meu pai como um idoso e sei que minhas cunhadas (um pouco mais de duas décadas mais velhas que eu) são jovens, pois são animadas e cheias de planos (...).

Mas, o melhor aconteceu ontem: cheguei de uma consulta médica e explicava ao esposo os detalhes da conversa com a médica - incluindo os detalhes dos exames que precisarei fazer - mais as preocupações e justificativas de cuidados para adiar a menopausa (ainda não cheguei aos 40 e a bendita me persegue). O filho, que usava o aspirador, começou a ficar por perto e queria ouvir mais. Depois de um espaço de tempo resmungou:

- O que é isso? Eu não tenho mãe em idade de menopausa aqui, não!

Ufa! Ainda bem que ele não vê os adultos como eu via na idade dele.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vivos

Estava desistindo de continuar com o blog. Mas, hoje o filho fez uma visitinha por aqui (afinal, tive o apoio e autorização dele para começar) e aleguei que estava sem inspiração.

Mãe não precisa de inspiração, pois a vida de filho é a maior inspiração para continuar a viver. Para narrar os fatos (segundo a opinião, olhos e sentimentos da mãe) é preciso ter um pouco de poesia, pois ser mãe de adolescente não é nada poético. É uma grande aventura!

Isso mesmo! Minha pequena prole já está no auge de sua adolescência! Pêlos aparecendo; espinhas pocando o lindo rosto; pernas desproporcionais com o resto do corpo; voz que oscila entre o grave e o agudo na mesma palavra (poderia ser em frases diferentes, mas não)... Quem comanda o humor? Quem controla a gula? Quem disciplina os pensamentos e as vontades? Quem? A resposta é bem simples: a ebulição hormonal que atormenta o ex-pequeno ser.

E a mãe? A mãe aguenta tudo, pois logo inverteremos os papéis e assumirei a principal crise da vida feminina (não é ver o filho crescer, pois sou orgulhosa disso) é ver o tempo passar através de minha ebulição hormonal (mas, isso é para outro blog).